Um mês em casa sem trabalhar??!!
Ola Amigos(as)!
Como é que alguém que sempre trabalhou dedicadamente está um mês de baixa?
- Difícil.
Tenho a certeza que muitos de Vós sabem o quanto isso é difícil.
Para além da maternidade, eu nunca tinha estado ausente, de "baixa", ou seja incapacitada temporariamente para o trabalho, nem sequer por doenças do meu filho. Sempre consegui que o meu marido ficasse com o meu filho para não prejudicar o meu trabalho, para além de algumas delas terem coincidido com as férias da família.
Inicialmente não pensei muito nisso, pois estava totalmente focalizada no que me estava a acontecer (AQUI).
Explicaram-me que a baixa era de um mês necessariamente, se bem que depois dos primeiros 15 dias eu poderia retomar o trabalho. Ok, boa. Serão só 15 dias.
15 dias...
O que é que eu vou fazer?
Sozinha em casa durante 15 dias???!!!!
Quando passou o primeiro impacto, sentei-me na mesa de jantar e com o meu caderno e comecei a fazer uma lista de coisas. Coisas que eu queria fazer e que nunca consegui por falta de disponibilidade.
Por exemplo:
- reorganizar alguns armários;
- colocar fotos com moldura nas nossas escadas;
- verificar as faturas no e-fatura;
- acabar de ler 3 livros que tinha começado;
- preparar o album de fotos do Xavier para ele receber neste Natal;
- plastificar uma série de pagelas e postais;
- pedir orçamentos para mudar duas portas da casa;
- dar as fotos do aniversário do Xavier aos amigos que participaram;
- começar a preparar a lista das prendas de Natal;
- fazer o plano de natal cá para casa;
- começar a tratar da construção da garagem;
- dar um avanço significativo ao curso à distância que estava a participar...
- etc...
Ajudou muito ter esta lista.
Depois de acordar e preparar o meu filho que saía com o meu marido, eu literalmente puxava as mangas para cima e "atirava-me" ao trabalho.
Houve momentos muito bons e muito maus.
Ajudou-me muito ter estes objetivos que ocuparam-me o dia e que obrigaram-me a manter um ritmo de vida mais ou menos ativo e constante. No entanto, durante este período, tive alguns momentos menos bons, em especial 2 dias, interpelados, que me senti muito em baixo. Senti-me depressiva, sem vontade de fazer nada, de sentir nada.... E porque comecei o dia a ver um filme de televisão...
Aprendi. Deveria concentrar-me na lista. Ajudou a passar os dias...
A dor ia acalmando e transformando-se em sacrifício aceite e oferecido para um propósito maior.
O meu marido estava muito admirado, porque achava que ao fim da primeira semana eu iria trabalhar, independentemente da baixa ou das regras laborais.
Então ele decidiu fazer-me um pedido sério: ficar em casa o resto do tempo. Pediu-me que, pela primeira vez na minha vida pensasse em primeiro lugar na família. Há quase 3 anos que tentávamos engravidar. Ele lembrou-me das minhas palavras: "o meu trabalho, mais dia menos dia, vai acalmar". Mas, disse-me ele, nunca acalmou.
Eu não lhe respondi. Primeiro tive de fazer o esforço de realmente o ouvir e aceitar as palavras do meu marido, pois ele é o meu marido, o companheiro da minha vida, o meu amor...
Com muito esforço, medo e receio (isto era uma grande novidade para mim) aceitei. Disse que sim. Ok.
E ainda bem que disse SIM, porque Deus tinha-me preparado uma surpresa.
Quase no fim dos meus primeiros 15 dias de baixa o meu filho apanhou uma virose: diarreia e vómitos. O meu marido viajou para a América e ainda iria demorar uma semana.
Os avós? Infelizmente não são uma opção para tantos dias seguidos!
Necessariamente a criança teria que ficar comigo em casa.
Uma semana de vómitos e diarreia com o meu filho de 4 anos, ambos sozinhos em casa, é demasiado fácil, certo Meu Deus?
Pois era, segundo Ele. Fiquei esses dias todos (grande coincidência) sem serviço de televisão, Internet e telefone fixo!
Foi de uma sexta-feira a sexta-feira (seguinte 8 dias).
Se eu tivesse dito não ao pedido do meu marido, não sei com que cara é que iria informar o meu trabalho que, acabada de regressar, teria que ficar em casa outra vez!
Meus Amigos(as), Deus tem um sentido de humor fantástico, não acham?
"Eu propus-te a vida ou a morte, a bênção ou a maldição.
Escolhe (...) a vida (...) amando ao Senhor teu Deus, obedecendo-lhe e apegando-te a Ele, porque Ele é a tua vida e o prolongamento dos teus dias".
(Deuteronómio 30, 19-20)