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O nosso diário: aprendemos, vivemos e partilhamos a nossa Fé.
Nos últimos dias fiz uma pequena viagem até Itália.
O James já tinha ido para lá, por causa do seu trabalho, e eu aproveitando o feriado municipal com um dos dias do fim de semana, viajei até ao encontro dele.
O nosso filho ficou duas noites com os avós e outras duas noites com um casal amigo.
Assim, lá apanhei dois comboios, um táxi para chegar ao aeroporto de Lisboa.
Fiz tudo o que era suposto eu fazer e depois de passar a segurança, andei a passear entre as salas de espera/de embarque, zona comercial e a zona de alimentação. Chegou uma altura que decidi sentar-me e pedir uma bebida. Escolhi um lugar num balcão de uma pastelaria/restaurante muito bonita.
Estava um casal ao meu lado que almoçavam. Eu esperei a minha vez para ser atendida. Estava muitas pessoas àquela hora no aeroporto.
Continuei à espera. Outra senhora tem a mesma ideia e vêm sentar-se ao meu lado, num banco vazio no mesmo balcão.
Estávamos ambas à espera.
Continuamos à espera.
As duas empregadas olhavam de vez em quando para nós. E isso deu-me a certeza que notaram a nossa presença e por isso só teríamos que esperar.
Continuámos à espera.
A senhora ao meu lado, cansada, chama a atenção a uma delas.Esta diz-lhe que tinha que ir para a caixa para ser atendida. Eu olho para todos os lados à procura do aviso para este procedimento. Não encontro. sinto-me perdida com esta nova informação, pois também não observei comportamentos que me dessem essa pista.
Fomos ambas para a caixa. Já estava lá uma pessoa.
Refiro que a dita pastelaria tinha outra caixa com uma fila enorme para as pessoas comprarem coisas e irem se sentar na zona comum de alimentação. O nosso caso era diferente, pois queríamos ocupar lugar dentro do espaço particular da dita pastelaria.
Chegou a minha vez. Pedi a minha bebida. A empregada perguntou-me para onde é que eu pretendia sentar-me. Respondi-lhe no balcão, na pontinha do balcão. Ela disse-me que eu não podia ir para lá.
O quê?
Perguntei porquê. Ela respondeu-me que o balcão era para consumo. Eu fiquei a olhar para ela. Devo ter feito uma GRANDE CARA DE PARVA.
Perguntei-lhe se tomar uma bebida não era consumo? Pelos vistos não, pois não iria comer. COMER UM PRATO DE COMIDA ERA CONSUMO. Depois apontou-me para as mesas VAZIAS (no espaço da pastelaria), mas especificou-me que só poderia ir para uma em particular. A mesa era mais baixa (tipo de sala de estar) com 4 cadeirões. Eu olhei, e também vi nesse momento alguém se sentar num dos cadeirões. Olhei para a senhora com uma GRANDE CARA DE PARVA.
Refilei, refilei e refilei.
Refilei com aquelas decisões, refilei por não haver num sinal escrito que dissesse aquilo tudo.
Refilei muito!
SENTI-ME UMA PEIXEIRA!
Peço desculpas a todas as mulheres que têm esta profissão mas refiro-me ao modo de ser que está associado ao termo "peixeirada".
Eu só queria beber em paz e sossego uma bebida no balcão, porque estando naquele sítio poderia observar a sala toda (gosto muito de observar pessoas de tal maneira que sei que às vezes incomodo deixando-as sem jeito). Tinha 15 minutos antes de me dirigir para a porta de embarque.
A empregada acabou-me por dizer que concordava com tudo o que eu estava a dizer e que eu poderia ir para o sítio onde pretendia. Avisou as colegas que eu tinha a autorização dela.
E.... senti-me muito muito muito mal por ter sido peixeira, por ter reclamado, por ter refilado!Eu sabia que tinha razão mas não consegui controlar a minha boca, a minha reação!
Não gritei, não fui mal educada, mas discuti e refilei muito.
Pedi-lhe imensas desculpas, muitas desculpas. Senti-me tão culpada por não ter aceitado a situação, ter dado tanta importância a um pequeno momento de prazer meu!
Terminei a peixeirada a pedir desculpas! Fiquei surpresa comigo própria: como eu mudei!
Passei a hora seguinte a pedir desculpas em pensamento à Sr.ª Empregada e a DEUS.
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