A nossa noite de consoada!
Neste ano ficou decidido que nós iríamos passar a noite da consoada a casa dos meus pais, em Mogofores. O almoço do dia de Natal seria em nossa casa, Sangalhos.
Alimento comum em ambas as refeições: bacalhau!
Como somos uma família que todos os dias procura aprender e refletir, especialmente relativo à nossa fé, procurámos fazer melhor este Natal!
Assim, as principais mudanças seriam:
1 - A abertura das prendinhas só no dia 25 de Dezembro, depois de regressarmos da Missa;
2 - Rezar no início da refeição da consoada.
Apesar de não estarem por ordem cronológica, estão por ordem crescente de dificuldade e de importância.
Numero 1 - Já todos estavam avisados que seria dessa forma. Nós colocamos todas as prendinhas debaixo da árvore de natal, na madrugada do dia 25 de Dezembro. O Xavier não reparou nelas. Depois de regressarmos da Eucaristia é que, pela primeira vez, as vê. Tal como estávamos à espera, ficou entusiasmado. Dissemos-lhe que só poderia abrir as suas prendas depois de chegarem os avós. Ele surpreendeu-me aceitando muito bem. Ficou sentado no sofá quietinho, pacientemente à espera dos avós. Quando os meus pais chegaram notei claramente que os 3 anos dele já não o permitiam esperar nem mais um segundo sequer! Procedemos à distribuição e abertura de prendas, um de cada vez!
Numero 2 - Foi uma grande surpresa. Apesar de eu ter planeado este momento, não disse nada a ninguém! Queria propor uma oração para início da nossa consoada, mas não tive muito tempo para procurar a "tal oração". Chegou-se ao dia e pensei: porque é que tenho que ter uma oração especial? Porque não rezar o que todas as noites rezamos antes de irmos para a cama?! Assim, levei os nossos 3 cartões onde temos o SHEMÁ e a Consagração da nossa Família.
Quando estávamos todos à mesa para começar a comer senti-me "suspensa no tempo". É agora!
Não tenho coragem! Tenho medo que achem uma estupidez e piada e não me liguem nenhuma.
Vão gozar com a minha cara!
Mas... tem que ser. Assim, abri a boca e disse... vamos rezar antes de comer.
Lembro-me de me sentir como se estivesse num filme que lentamente vemos as cenas a passar...
Distribuí os cartões mal os informei, e comecei a ler o SHEMÀ.
Não houve comentários! Não houve recusas! Não houve piadas!
Houve aceitação! Houve uma oração de todos!
Foi uma bela noite de consoada!