Ser objeto de amor de alguém pode ser complicado mas é, sem duvida nenhuma, maravilhoso!
E foi isto que aconteceu com o ser humano. Deus quis muito criar seres que fossem (genuinamente) seus filhos e que entendessem (e sentissem) esta realidade de Amor, este estar em partilha e em comunhão com o outro (em primeiro e ultimo caso com Deus).
Isto faz-me lembrar o meu EU antes de ter uma família e o meu EU depois de ter uma família!
Antes de ter uma família, eu era uma pessoa independente e autónoma. Enquanto filha de alguém percebia muito bem os meus direitos filiais. Tinha muitos amigos que eram importantes para "beber um copo" e nos momentos "mortos" ou compassos de espera sentia um certo vazio que o preenchia com trabalho profissional, televisão, livros ou computador.
A vida era simples, muito simples, um dia igual ao outro, sem grandes novidades ou mudanças. Sentia que o tempo não passava ou desenvolvia. Sentia-me verdadeiramente sozinha e à espera de mais (que não chegava). Enquanto pessoa era reservada, cheia de manias, insegura, pouco disponível para o altruísmo e generosidade.
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Apesar de ser filha de uma educaçao cristã católica, não sentia que essa espiritualidade fosse suficientemente importante e especial para ser a bandeira da minha vida! Aliás a religião católica nada tinha a ver com AMOR.
Acontece que, quando encontrei o verdadeiro amor, não paixão ou primeiro amor seguro e confortável, percebi o que era o AMOR: sacrificar tudo por essa pessoa mais do que mim própria! Mesmo que essa pessoa escolhesse (no seu direito) privar com outra pessoa, eu ficaria feliz! Feliz por ele e pela sua felicidade.
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Já sentiram isto?
Eu sinto exatamente isto pelos meus filhos: indepententemente das suas ações, amarei-os incondicionalmente!
Somente com estas minhas experiências (de esposa e de mãe) é que entendi como DEUS me ama! Eu sou objeto seu AMOR!
Deus, antes dos meus pais, pensou em mim! Imaginou-me, amou-me e criou-me (através dos meus pais) em AMOR.
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Eu sou a sua filha adorada.... como todas as mulheres (e homens) que já viveram, que vivem e que irão viver! Somos iguais e somos únicas do seu AMOR!
Claro que por causa da minha história pessoal, de infância, foi somente na relação de casamento e de parentalidade (sendo eu a Mãe) é que "cheguei lá"!
No outro dia ouvia a Fátima Lopes, numa estrevista na Gaya Talks - "O que importa é o amor" de 28/02/2020, em que esta dizia que somos todos iguais para Deus, seus filhos. Nem mais ou menos. Somos só pessoas. Sim, é verdade. Somos iguais no seu Amor, sendo que cada um de nós é especial para Deus. Porquê?
Como já referi, Ele sonhou, pensou, imaginou-te e ofereceu-te dons para com esses cumprires com a tua missão neste mundo terreste (o caminho da santidade). E fez isto com cada um de nós.
"Viemos todos do mesmo sítio e vamos todos para o mesmo sítio". Todos somos importantes. Todos somos especiais de igual forma.
No Spotify: Entrevista a Fátima Lopes
Sendo nós objetos de Amor de Deus - o Pai, temos muitas responsabilidades nesta relação enquanto filhos!
E porque é que Deus nos criou? PARA NOS AMAR. Comportamento gera comportamento: atitude gera atitude.
Hoje arrepio-me quando me deparo com referências à igreja erradíssimas: uma religião da culpa, da morte, do formalismo e ritual exagerado, etc...
Nos tempos antigos, nós humanos, burros (perdoem-me a expressão), de 10 mandamentos fizemos 3.000 mil regras e 10.000 mil procedimentos.
Numa derradeira tentativa, Jesus Cristo encarnou para nos explicar uma só coisa: AMOR. Mais nada. Tugo gira à volta disto. Mas nós, humanos, muito burros (perdoem-me a expressão outra vez) continuamos a não "alcançar a coisa"!
Todas as filosofias orientais e prós-modernas andam à volta do mesmo: o AMOR.
O ser humano nasce com uma ânsia, a tal, como muitos referem, a "eterna dúvida": qual é o sentido da vida? Qual é o meu sentido da vida? AMOR.
E esta é a marca do nosso Criador: esta ânsia deveria-nos impelir para Deus... procurar Deus, abraçar o AMOR de Deus. Para muitas é preenchida pela política, pela acumulação de riqueza, por produtos aditivos, pela aventura, etc...
Eu acredito num só DEUS, DEUS UNIVERSAL E OMNIPOTENTE. Tive o privilégio de ouvir falar e conhecer o seu filho, Jesus Cristo, que me mostrou este AMOR.
Há muitos que não tiveram este oportunidade e intuem Deus noutras perspetivas e abordagens, mas que são as suas tentativas de resposta à tal ânsia que está enterrada em nós!
Concluiondo, eu sou amada por Deus e tambem sou católica apostólica romana. É a minha tradição, a herança dos meus pais, da minha família, da minha comunidade.
"Sem Ti não sei andar;
Sem Ti não sei viver;
Senhor, eu quero estar
Unida sempre a Ti."
(Canto penitencial, pag. 143, Encontro Manual de Oraçºao, Ignacio Larranaga, Editorial Franciscana, Braga)