O meu tempo é precioso!
Ir à Missa? Não. O meu tempo é precioso! Tenho outras coisas para fazer!
Ora muito bem: o meu dia a dia é ocupado pelo trabalho, pela Família, pelas tarefas domésticas, pelo telemóvel, pela televisão, pelas horas de descanso, pelas minhas deslocação, pelas consultas, pelos exames médicos, pelos emails que leio e que tenho que responder (tento), pelas compras, pelas.....
Acho que a lista não têm fim! De facto o meu tempo é precioso. Não é mais preciso do que o teu. Também não é menos preciso que o teu. Poderei ter é obrigações, interesses e prioridades diferentes de ti. E estas prioridades são definidas, particularmente ou em família, pelo que eu (ou a família) considera ser importante.
Assim, eu, particularmente, poderia dizer que para mim é importante:
- tempo para o trabalho, pois para além de ser o meu "ganha pão" gosto muito do que faço, deixando-me com uma sensação de missão cumprida;
- tempo para dormir porque sem ele eu sou uma pessoa super-rabugenta;
- tempo para comer já que preciso necessariamente de restabelecer as minhas energias;
- tempo para o telemóvel pois sem ele eu sinto-me fora do mundo, esquecida...
- tempo para a família porque faz parte das minhas obrigações quando decidi casar e ter filhos...
- tempo para as tarefas domésticas já que alguém tem que fazer e detesto viver numa pocilga, como tantas vezes parece que vivo...
- tempo para ...
E assim continuar.
Acontece que se tu lês isto estranhas com razão:
- tempo para o telemóvel? Pois, se calhar! Já está tão entranhado nos nossos habitos que nem damos conta... É até pior que o cigarro, se fumasse! E porque "te sentes fora do mundo, esquecida"? Pois, se calhar... Os amigos já não estão tão presentes na tua vida como estavam... Provavelmente já sentes que não não tens a tal rede de apoio! Mas e a tua família? Não é suposto serem eles a tua rede de apoio? Não deverão eles fazerem-te sentir (naturalmente) bem? Não deverás querer de estar mais com eles do que com o telemóvel ou o trabalho?
- Pois! Mas sabes, não é bem assim! Nós temos os nossos problemas!
- E o que estas tu a fazer para os resolver?
- É complicado!
É complicado mas não desisti. Com a passagem do tempo eu fui aprendendo a dizer não ao que não me faz bem a mim nem à minha família! Também aprendi a dizer sim ao que deveras é importante e contribui para a minha felicidade e para a felicidade da minha família, tal como:
*** dedicar só o absolutamente indispensável ao meu trabalho. Eu comprometi-me a fazer as tarefas para as quais fui contratada, e a fazer bem. E por tal recebo um vencimento (muito ou pouco, foi o que eu aceitei). Sou uma colaboradora empenhada e completamente alinhada com a missão da Entidade para a qual trabalho. Do meu trabalho dependem muitos empregos e serviços de boa ou má qualidade. Eu tenho que cumprir o absolutamente indispensável sim. É uma responsabilidade que levo a sério (e que todos devem levar a sério) mas não é a única e a minha primeira. A minha primeira missão é a minha família, a qual eu escolhi formar ou na qual eu nasci. E cumprindo bem essa missão terei as condições necessárias para também fazer bem o meu trabalho!
*** deixar o telemóvel em algum sítio e esquecê-lo! Se eu somar todos os minutos e segundos que eu gasto com o meu telemóvel durante um inteiro dia, tenho a certeza que obtenho algum tempo que poderá ser utilizado em muitas outras coisas. Eu não preciso de saber tudo o que se passa na vida dos meus amigos, ou no mundo por exemplo! Mas não é por isso que os amigos não deixam de existir e o mundo (por enquanto) também não!
*** dar o benefício da dúvida a quem me quer bem, especialmente Deus. Se eu tenho que cuidar da minha saúde e dedicar algum tempo da minha vida a isso, também posso cuidar da minha vida espiritual e dedicar algum tempo da minha vida a isso também. Vale mais jogar pelo seguro, certo? E não sermos um dia surpreendidos: afinal é verdade! Porque é que não me avisaram? Pois... Mas muitos dirão: "Estamos fartinhos de te avisar!"
Às vezes, em conversas de circunstância, pergunta-se: "O que farias se te calhasse o prémio do Totoloto?" A mim? Eu respondo que nada, pois para ter prémio é preciso jogar, não é? Eu nunca jogo por isso tenho a certeza que nunca me calhará nada de nadinha.
Poderei também dizer que ir à missa é garantia de prémios, prémios espirituais! Mas se eu não vou também não obtenho nada.
- Mas eu não acredito muito nisso!
Queres testar e apostar nisso?
Não vale mais jogar pelo seguro? É que 100 anos é canja comparativamente a toda a ETERNIDADE!
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